Isso significa que as marcas precisam se dedicar às preferências dos seus clientes e servi-los cada vez melhor. Coisa que, hoje em dia, no mundo cheio de tecnologia não é mais tão fácil assim. O contato humano e a resposta rápida e atenciosa são fundamentais para resgatar o bom varejo.

Um novo e ao mesmo tempo já conhecido movimento vem tomando força: o varejo raiz está de volta, mas de forma um pouco diferente. O foco agora é ser muito bom no básico: ter empatia, flexibilidade e adaptabilidade para compreender e atuar de acordo com o novo contexto social e as demandas de consumo de cada cliente.

O que é o Novo Varejo Raiz?
O especialista em varejo Fabiano Zortéa –convidado desta semana do Varejo S.A. Podcast – afirma que a essência do varejo está no bom atendimento e que nós, brasileiros, temos tudo para recuperar o cenário e sair na frente nesse novo cenário. O profissional explica que o termo “Novo Varejo Raiz” surgiu durante a última convenção da NRF (National Retail Federation), realizada em janeiro deste ano, mais especificamente durante uma entrevista que ele estava concedendo a uma repórter do Brasil.

“A última edição foi muito emblemática para mim, porque além de tecnologia e tendências, focou muito no retorno do básico bem-feito para o varejo. Não é um termo tão chamativo quanto o metaverso, mas é algo que com o passar do tempo foi deixando de ser feito”, avalia o especialista, que também é vinculado ao Sebrae RS.

O Novo Varejo Raiz é aquele que não deixa de fazer essência e mistura o velho com o novo para melhor atender para o cliente, resolvendo suas necessidades, atendendo com qualidade, rapidez e empatia. Fabiano afirma que “esse é o futuro próximo do nosso varejo brasileiro”.

“Eu acredito que precisamos estar com o olho lá na frente, mas sem deixar de fazer muito bem o agora, porque senão a gente não chega lá”, avalia Zortéa.

Essência do varejo
Afinal, o que seria essa essência do varejo, que com o passar do tempo e a chegada das novas tecnologias foi se perdendo? A resposta é simples e até meio óbvia: atender bem. Para Fabiano, essa é uma questão que não pode ser deixada de lado pelo lojista, mesmo com todos os desafios e distrações do dia a dia.

“Atender bem parece tão básico, mas nem todo mundo faz”, diz o especialista em varejo.

Por exemplo, o varejo tem que melhorar o seu serviço de atendimento nos seus canais digitais. Em uma consulta no WhatsApp da marca, o longo tempo de espera e, às vezes, até a não resposta afastam o consumidor. Então, há um bom volume de oportunidades para quem tem um bom atendimento em todos os seus canais. “Mesmo dentro do digital, o cliente espera um contato mais próximo e rápido do lojista”, alerta Zortéa.

“Meus pais, que foram lojistas por muito tempo, diziam que o telefone não pode tocar mais de três vezes, porque o cliente não espera. O varejo precisa atender bem e rápido, sem isso, ele não está na essência do negócio”, considera o especialista do Sebrae RS.

Portanto, os meios digitais são ferramentas maravilhosas, mas o bom atendimento também precisa estar presente neles, caso contrário, a empresa vai perder dinheiro e conexão com o consumidor. E atenção: o bom atendimento não é robotizado com mensagens instantâneas.

“Você pode utilizar delas, mas é fundamental ter o fator humano ali, pois é ele que vai garantir um atendimento de qualidade e com a agilidade que o consumidor demanda”, orienta Fabiano.

Zortéa finaliza pontuando que é importante se digitalizar, mas não podemos deixar de lado o essencial de lado.

“Não podemos focar apenas no metaverso, que está muito distante de todos do varejo mundial, ou até mesmo na omnicanalidade e errar em coisas básicas, como no atendimento via whatsapp, por exemplo. Precisamos resgatar a essência do varejo, que é o bom atendimento. É uma coisa muito básica, mas que está em falta e funciona muito”, destaca.

Confira o bate-papo completo de Daniel Sakamoto, gerente-executivo da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), e Fabiano Zortéa no episódio 103.

Então, você já sabe: ajuste o som e se liga no bate-papo!